segunda-feira, 7 de outubro de 2013

A RAÍZ DO CORAÇÃO

A RAÍZ DO CORAÇÃO
Realizador: Paulo Rocha
Ano: 2000
Pais: Portugal
Duração: 113 min
Apenas em VHS
(posso emprestar)
  
“Lisboa no futuro ano de 2010, as suas colinas iluminadas pelas luzes das Festas de Santo António, patrono dos namorados e da cidade velha. Catão, um politico nacionalista, carismático e sem escrúpulos, persegue obcecadamente Silva, um jovem travesti algo místico. Certa noite, entretanto Sílvia cruza-se com Vicente, dito “o Corvo”, policia perseguidor de travestis que, disfarçados de Noivas de Santo António, atacam a cidade de Lisboa.”

Paulo Rocha dedicou "A Raiz do Coração" aos realizadores Jean Renoir e Federico Fellini, sendo também uma homenagem à cidade de Lisboa. Depois de "O Rio do Ouro" (1998), filmado no Norte do país, Lisboa é agora a personagem principal. Em tom de fábula urbana, o filme, que decorre em 2010, mostra uma cidade futurista, mágica e colorida, virada para o futuro mas ao mesmo tempo enraizada no passado. Lisboa das marchas populares, das noites quentes de Verão, do Castelo de São Jorge, dos miradouros e da Expo 98.

"A Raiz do Coração" é, além disso, uma sátira sobre o poder, onde os corvos representam a má-língua do povo da cidade. Uma noite, durante as festas de Santo António, um grupo de travestis - trajados de noivas virginais -,decide descer à rua para participar nas marchas da cidade, parodiando a moral e os bons costumes. Um dos travestis, uma noiva de máscara negra, começa a gritar, desafiando um homem a arrancar-lhe a raiz do coração. Uns minutos depois, um falso Santo António apela aos valores antigos e à cidade dos velhos tempos. Luís Miguel Cintra ("Palavra e Utopia") desempenha quatro papéis: o do falso Santo António, o do verdadeiro Santo António, o de um travesti negro e a personagem de Catão, um homem carismático e sem escrúpulos, candidato à presidência da Câmara de Lisboa por um partido de extrema-direita. Catão é obcecado por Sílvia, que nasceu Silvio.

Um dos mais abismais filmes de todo o cinema português. O rigor formal, a beleza dos planos-sequência, a formidável elegância de um cineasta que se expõe e ergue um filme desarmante. 

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